Objetivando identificar as tecnologias aplicadas à indústria de defesa com potencial de difusão no Brasil até 2029, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), com o apoio do Ministério da Defesa (MD), elaboraram uma lista prospectiva de tecnologias para três segmentos: sensores de comando e controle, armas inteligentes e veículos não tripulados, sendo que a mesma foi submetida a uma consulta estruturada com um painel de especialistas da indústria de Defesa que dentre 257 tecnologias divididas em 5 áreas tecnológicas escolheram as citadas acima.
A consulta compõe uma das etapas da Agenda Tecnológica Setorial (ATS) de Defesa que teve um caráter reservado atribuído à lista de tecnologias pelo MD, todos os respondentes assinaram termo de confidencialidade, de forma a garantir o sigilo das informações das tecnologias que compõem a lista investigada.
Para realizar a consulta, a ABDI contou com o apoio do Instituto Militar de Engenharia (IME/RJ) e da Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos, o que viabilizou a formação de um painel com 110 especialistas, respondendo presencialmente a consulta, simultaneamente nas cidades do Rio de Janeiro e São José dos Campos. O painel foi formado por convidados de empresas, da academia, do governo e das Forças Amadas do Brasil.
As Agendas Tecnológicas Setoriais (ATS) são instrumentos de apoio ao Plano Brasil Maior (PBM), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e à Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Seu objetivo é identificar as tecnologias relevantes para a competitividade de diversos setores da indústria brasileira no horizonte de 15 anos, tendo a inovação como fator de reposicionamento da indústria. O projeto vem sendo executado por meio de uma parceria entre a ABDI e o CGEE, que dividem a coordenação executiva da elaboração das ATS, mediante recursos da ABDI e do MCTI, repassados ao CGEE.
Em suma as tecnologias relevantes identificadas nas ATS darão subsídios para a atribuição de prioridades de pesquisa, desenvolvimento e inovação; para negociações de offset, joint-ventures tecnológicas, atração de plantas e de centros de pesquisa e desenvolvimento e para a formação de talentos. Ainda darão subsídios para a identificação de modelos de negócios de modo a viabilizar a produção de tais tecnologias no pais.